sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Poder não está na tcheca... Ainda

Ontem eu estava conversando com meu namorado sobre aborto, estávamos os dois deitadinhos na cama e resolvemos conversar sobre um assunto sério, assim, desse jeito. Após trocarmos algumas ideias, eu tive uma epifania sobre o porquê é tão difícil para a sociedade aceitar o aborto (e foi muito difícil de explicar). Se trata de dar algo a alguém que, durante toda a história da humanidade, nunca teve... É dar o Poder de Escolha à Mulher (sim, com letras maiúsculas e tudo). E não é só qualquer escolha é a Escolha de como, quando, onde e porquê vai ter um filho e não ser julgada nem legalmente, nem moralmente por isso... Se você parar pra pensar bem, isso é muito Poder. 
Resolvi escrever sobre isso após ouvir uma música de Beyoncé (essa aqui), nessa versão ela começa falando sobre Feminismo. Eu já tive várias opiniões sobre o feminismo (como qualquer outro assunto com o qual eu tenha me deparado), mas hoje em dia eu me considero uma pessoa muito feminista (e acredite ou não, meu exemplo é meu namorado). Eu acredito que independente de qual sexo você tenha nascido, você é tão capaz quanto qualquer outro ser humano. Não acredito em cavalheirismo, por exemplo, eu acredito em gentileza e cordialidade, afinal por que uma mulher não pode carregar as malas do seu companheiro que chegou cansado de viagem? E não venha me dizer que biologicamente os homens são mais fortes, porquê são malas e não um elefante... Para algumas pessoas, falar sobre feminismo é querer impor um poder feminino que "não existe": é dizer que as mulheres são melhores que os homens e isso é bem típico de quem não entende e nem quer entender do assunto. Se a gente for colocar em pratos limpos, é abençoado aquele que nasce homem, branco, classe média-alta e heterossexual (e eu nem vou colocar religião na mistura). Porquê? Ora, que tipo de discriminação ele pode sofrer? No máximo a gente pode colocar as escolhas que ele fizer na vida como, sei lá, se ele quiser ser bailarino e mesmo assim querer ser bailarino é "ruim" só porquê isso fere sua masculinidade. Com isso, eu não quero dizer que é coitado quem nasce negro ou quem nasce gay ou quem nasce mulher (afinal, todos são capazes de fazer qualquer coisa), só estou querendo deixar claro que os privilégios oferecidos por nossa sociedade vai apenas para alguns... Aquele Poder não é conquistado com suor e merecimento, ele é um prêmio aleatório ditado pela genética. O Feminismo é apenas uma resposta à Ditadura Sexista, assim como o movimento Afro é à Ditadura Racista, e como o movimento LGBT é à Ditadura Heteronormativa e por aí vai...Não é querer ter mais poder do que homens brancos héteros outros, é só querer a mesma liberdade e os mesmos privilégios...  Quem já o possui pode até dizer que isso é besteira, mas é muito fácil falar dessa posição, né?

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Buzinas Barulhentas

Às vezes eu fico me perguntando... Existe alguém que é totalmente correto consigo e com os outros? Eu quero dizer, alguém que seja honesto o tempo todo, alguém que tenha ética/moral/caráter, alguém que siga as regras de verdade?
Eu estava deitada na minha cama pensando em qualquer coisa e fui surpreendida por buzinas estridentes de carros que estavam perto da rua do meu prédio. Era a típica situação de um(a) motorista comprometendo todo trânsito de veículos e pedestres, e aí, bateu aquela dúvida: Será que ele(a) tem a noção do quanto está prejudicando? E se tiver, será que ele(a) se importa com isso? Acredito que há pessoas que responderiam um sonoro "SIM, ÓBVIO", mas será mesmo? Afinal, nós fazemos tantas coisas que afetam outras pessoas e das quais nem nos damos conta! Não sei, pode ser um exemplo, mas você já atendeu o celular no elevador? Por mais baixo e discreto que você queira falar, é impossível não expor sua intimidade perto de alguém que esteja com você... E acredite, tem gente que não se sente obrigado a ouvir sua vida, tem gente que acha que é falta de educação. Claro que eu não quero dizer que uma falta de cordialidade equivale a uma infração de trânsito, mas sim, acredito piamente que um leva ao outro em certas circunstâncias... Vai que o(a) motorista estava consciente de toda bagunça que estava causando, mas porquê está acostumado(a) a ver outros fazendo isso também se sentiu no direito de fazer...? Temos regras de trânsito, temos semáforos, faixa de pedestres, placas de sinalização, cones, etc... Mas basta um motorista tirar uma de esperto que outras pessoas o tomam como exemplo, o que era exceção vira regra e os valores de certo e errado são invertidos ou manipulados. No fundo, eu acho que as pessoas que tem a consciência de estarem prejudicando alguém não se sentem tão culpadas pelos exemplos do seu contexto... "Qual é o problema de eu fechar esse cruzamento? Eu já vi tantas pessoas fazendo isso".
Só acho também que, uma vez que você não se importa com as pessoas ao seu redor (em qualquer contexto: trânsito, política, trabalho, etc.), você perde o direito de reclamar sobre outros que te prejudicam de alguma maneira. O motorista que buzinou só teria o direito de buzinar se fosse um exemplo no volante, mas acho que na prática isso nunca vai acontecer.